[TIRA-DÚVIDA] “A professora me disse que a minha filha não está lendo rápido o suficiente. O que deve ser? O que posso fazer para ajudar?” 

[TIRA-DÚVIDA] “A professora me disse que a minha filha não está lendo rápido o suficiente. O que deve ser? O que posso fazer para ajudar?” 
 
Como mãe pode ser muito preocupante se sua filha “luta” para ler cada palavra que aparece no texto. Pode ser que pronuncie lentamente cada um dos sons que forme cada palavra escrita na página ou ter dificuldades para “lembrar” os sons de certas letras. Pode ser que sempre tente adivinhar ao encontrar com uma palavra difícil… Estes comportamentos são comuns quando se está aprendendo a ler.
No entanto, se sua filha parece frustrada ou não melhora com o tempo, você pode ter um problema que é conhecido como dificuldades com a fluência na leitura. Esse é o termo usado para conceituar a capacidade de ler com rapidez e precisão. Este termo também inclui a “emoção” expressa quando se lê em voz alta. Um leitor fluente usará por exemplo um tom “dramático” quando lê a palavra “ATENÇÃO!!!”.
A fluência de leitura acontece de uma forma mais tranquila e mais fácil para algumas crianças do que para outras. As dificuldades com a fluência as vezes estão relacionadas com a dificuldade de consciência fonológica que representa a capacidade de identificar e utilizar cada um dos sons em palavras.
Por exemplo, muitas crianças no jardim de infância já identificam que as palavras “cama” e “casa” começam com o mesmo som apenas por ouvir. As crianças dessa idade, muitas vezes podem ouvir os sons das letras “c”, “a”, “s” e “a” na palavra “casa”.
A consciência fonológica é essencial para os leitores de começo como eles devem aprender a associar sons específicos com letras escritas e, em seguida, misturar esses sons para ler palavras. Este processo de reconhecer e pronunciar cada um dos sons que compõem uma palavra é chamado de decodificação.
Descodificar palavras é uma habilidade importante para os leitores iniciantes. No entanto, para ler fluentemente as crianças devem ser capazes de reconhecer cada palavra em um instante sem ter que soletrar foneticamente, ou seja, sem ter que decodificá-los. Os professores chamam essas palavras de “familiares”.
Passar de “soletrar” palavras foneticamente a reconhecer “à primeira vista” requer prática. Uma das melhores maneiras para que as crianças melhorem a leitura é dar lhes livros de acordo com sua idade e fluência. As crianças que têm dificuldade de decodificação são muitas vezes relutantes para ler. E quanto menos se lê mais lhes custarão reconhecer as palavras a primeira vista.
 
Uma das melhores coisas que pode se fazer como mãe é estimular a leitura buscando maneiras que sejam divertidas. Escolha livros que sejam do nível da sua filha e que os personagens e temas sejam de seu interesse. É ótimo se ela gosta de ler o mesmo livro várias vezes! Leiam juntas em voz alta! Também é aconselhável ler um conto todos os dias na mesma hora. Compartilhar tempo juntas pode ajudar a sua filha a desenvolver uma “paixão” pelas histórias, sendo esta a melhor maneira de motiva-la que aprenda a ler.
Ler juntas todos os dias também te dará a oportunidade de lhe ensinar novas palavras. Recorde que para sua filha é mais fácil ler uma palavra se ela sabe o que significa. Expor a novos livros e novas palavras que estão no seu nível de leitura a ajudará a desenvolver seu vocabulário. E ao conhecer mais palavras a ajudará a ler com mais fluidez.
Ao ler juntas recorde que as crianças as vezes vem os primeiros sons de uma palavra e supõem o resto. Esta forma de adivinhar é comum em alguns leitores principiantes. Seja paciente e a encoraje a ler toda a palavra no lugar de adivinha-la.
As vezes as crianças que tem dificuldade para lerem sozinhas necessitam um pouco mais de ajuda nas aulas ou de praticar mais em casa. Nem todas as crianças aprendem a ler na mesma velocidade e da mesma maneira. Entretanto, se sua filha não avança apesar da ajuda, pode estar evidenciando sinais de dislexia ou outro tipo de dificuldade de aprendizagem.
A dislexia é causada por diferenças na forma como o cérebro processa a linguagem. Tende a se manifestar na mesma família. Vale a pena destacar que as crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são mais propensas a terem dislexia que as crianças que não tem. O TDAH pode dificultar que as crianças se concentrem no que estão lendo.
 
Também é aconselhável ler sobre as dificuldades de processamento visual e o distúrbio do processamento auditivo. Processar se refere a como o cérebro dá sentido à informação que recebe. A fluidez da leitura depende de uma habilidade dos centros cerebrais da visão para dar lhe sentido ao que os olhos veem. Isto se chama processamento visual.
Ler também implica que as áreas cerebrais para a audição deem sentido aos sons das palavras. Isso é o processamento auditivo. Quando o cérebro necessita de tempo adicional para processar a informação, a velocidade e a precisão em ler pode diminuir.
Se você suspeita que sua filha tem uma dificuldade de aprendizagem ou de atenção, não duvide em comentar com a professora e com o pediatra. Eles podem ajudar a determinar se é necessária realizar uma avaliação formal com fonoaudiólogo, psicólogo e/ou psicopedagogo. Trabalhar conjuntamente com a escola da sua filha pode facilitar que ela obtenha a ajuda necessária para seguir em frente.
 

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