Você sabia que déficits em habilidades de processamento fonológico são marcadores dos transtornos de leitura e da escrita?
As pesquisas indicam os déficits em habilidades de processamento fonológico como marcadores (endofenótipos) dos transtornos da leitura e da escrita no nível da (de)codificação. Os déficits encontrados devem ser analisados pelo fonoaudiólogo à luz do conhecimento de que as informações fonológicas recrutadas para essas habilidades são as mesmas que foram organizadas categoricamente ao longo do desenvolvimento auditivo e da linguagem oral.
A avaliação do processamento fonológico utiliza diferentes testes específicos para cada habilidade, nem todos disponíveis para uso clínico ou analisados psicometricamente. Esses testes avaliam: consciência fonológica, memória fonológica de curto prazo e habilidade de nomeação rápida de objetos, cores, letras e números, que poderá evidenciar déficits de velocidade e precisão do acesso fonológico ao léxico, considerados preditores das futuras condições de leitura, uma vez que a circuitaria neuronal subjacente ao reconhecimento automático das palavras escritas é a mesma. Por isso, é preciso entender que há diferentes níveis de desenvolvimento, organização e processamentos de informações linguísticas, visuais e espaciais, que estruturam e permitem o funcionamento cerebral e mental para a leitura e a escrita. Além disso, é necessário, ainda, mesmo nesse primeiro nível de avaliação, criar protocolos que possibilitem avaliar, separadamente, entradas e saídas, inputs e outputs, além de identificar mecanismos de processamento online das informações com que trabalha o estudante enquanto lê e escreve. Portanto, outros marcos de referência podem conduzir o raciocínio clínico da avaliação para o diagnóstico.
Fonte: Avila CRB, Kida ASB, Carvalo CAF. Tratado de linguagem: perspectivas contemporâneas. Ed. BookToy,2017.
